Durante décadas, o setor filantrópico subfinanciou e prejudicou os movimentos sociais, especialmente aqueles liderados por negros e indígenas. Os financiadores devem continuar vigorosamente o trabalho para desfazer os sistemas opressivos que se manifestam explícita ou implicitamente dentro de suas organizações, e isso inclui a forma como os financiadores formam suas políticas e práticas de concessão de doações.
Neste webinar, exploramos o que significa ser um aliado solidário dos movimentos sociais por meio de práticas de concessão de doações. Convidamos financiadores e beneficiários para essa conversa reflexiva sobre as ferramentas e práticas de concessão de doações que criaram ou quebraram a confiança entre financiadores e beneficiários.
O painel é composto por dois beneficiários e dois financiadores, que falaram sobre suas experiências tanto do ponto de vista do sul global quanto do norte global.
MODERADOR
Thilá Nascimento (Fundação Ford) Sou brasileiro, natural da cidade de São Paulo. Mestre em Ciências Sociais pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (Paris, França) e Bacharel em Relações Internacionais pela PUC-SP (Brasil). Tenho experiência profissional nos setores privado e de desenvolvimento internacional. A defesa dos direitos humanos sempre orientou minhas atividades, assim como as migrações internacionais serviram como um fio condutor essencial.
PAINELISTAS
Jovanna Garcia Soto é o Diretor do Programa de Solidariedade para a América Latina da Grassroots International. A Grassroots International trabalha com os movimentos sociais do Sul Global para criar um mundo justo e sustentável, promovendo os direitos humanos à terra, à água e à alimentação por meio de doações globais, da construção de solidariedade entre organizações e movimentos e da defesa de direitos nos EUA. Jovanna trabalha para construir e manter relacionamentos de longo prazo com organizações parceiras e movimentos sociais liderados por povos indígenas, afrodescendentes, camponeses, mulheres e jovens na América Latina. Antes de ingressar na Grassroots, ela estava trabalhando para promover a justiça ambiental em comunidades de cor. Jovanna é trilíngue em espanhol (sua língua materna), português e inglês. Ela é natural de Porto Rico e esteve envolvida com o movimento estudantil pelo fim da ocupação militar dos EUA em Vieques, além de fazer parte do movimento de justiça ambiental e descolonização em Porto Rico. Ela também passou algum tempo trabalhando no Brasil com as comunidades ribeirinhas da região amazônica.
Loidymar Duprey González é uma jovem afro-porto-riquenha de 27 anos, formada em Ciências Políticas com especialização em Governo, Direito e Políticas Públicas pela Universidade de Porto Rico, Campus de Río Piedras. Atualmente, ela está fazendo um Mestrado Virtual em Gênero e Políticas Públicas na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), na Argentina. Ela também trabalha para o Projeto Porto Rico com a Fundações da Sociedade Abertaonde coordena e acompanha jovens bolsistas entre 18 e 27 anos na realização de projetos comunitários que trabalham pela justiça social e pelos direitos humanos na ilha. Seu compromisso é com os direitos humanos e o ativismo. Alguns de seus tópicos de interesse são o direito humano a um processo de autodeterminação para Porto Rico, direitos sexuais e reprodutivos e igualdade de gênero. Em seu tempo livre, ela gosta de artes cênicas, poesia e ir à praia.
María Piciñam (Centro de Educação Mapuce Norgvbamtuleayiñ) é uma mulher mapuense do atual estado argentino. Ela é uma líder indígena comprometida com a vida, a dignidade e o bem-estar do povo Mapuce. Também é coordenadora do Centro Educacional Mapuce Norgvbamtuleayiñ, um espaço cultural e educacional autogerido que busca recuperar a identidade do povo Mapuce, localizado na cidade de Neuquén, na Patagônia Argentina. Maria trabalha como porta-voz da Confederação Mapuche de Neuquén / Werken del Lofce Newen Mapu. Ela também é responsável pela área de Interculturalidade do Centro Educacional Mapuce há 19 anos; é membro da comissão intercultural criada por meio da primeira experiência piloto de Educação Intercultural - comunidade Kurvwigka - Pyba Menudo Comunidad Curruhuinca.
Valdecir Nascimento é uma proeminente defensora dos direitos das mulheres e historiadora com mestrado em educação. Ela é a fundadora e coordenadora executiva da Odara - Instituto da Mulher NegraÉ uma das fundadoras da Associação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), com sede em Salvador, Brasil. É coordenadora executiva da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e do Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR). É também coordenadora no Brasil da Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas, Afro-Caribenhas e da Diáspora.
- Karina Claudio Betancourt, da Open Society Foundations
- Katherine Asuncion, da Grassroots International
- Thilá do Nascimento da Fundação Ford
- Christian Aurora Mendoza Galán, da Acento, Acción Local, A.C.
- John Stewart, da Corporate Accountability (Responsabilidade Corporativa )
- Shena Cavallo
Existem vários fundos liderados por indígenas, como o Pawanka Fund, a Colorado Plateau Foundation, o FIMI (Fondo Internacional de Mujeres Indigenas) e muitos outros. Você pode encontrar mais informações sobre eles no site da IFIP (International Funders for Indigenous Peoples): https://internationalfunders.org/ourwork/indigenous-led-funds-working-group/
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