É com o coração pesado que a equipe da EDGE Funders Alliance, a diretoria e o grupo de direção europeu refletem sobre a notícia do falecimento de nossa querida amiga e colega Susan Treadwell. Embora não tenha sido inesperado - Susan havia compartilhado seu diagnóstico em La Bergerie em um retiro da EDGE Europe - ainda foi um choque saber que ela faleceu na noite de segunda-feira, 23 de novembro de 2020. Sua perda prematura abalou a todos nós, ao mesmo tempo em que nos lembramos de tudo o que ela trouxe para a comunidade EDGE ao longo dos anos. Em sua função como Diretora Adjunta do OSIFE, Susan foi uma das primeiras defensoras da EDGE na Europa e fundamental para a criação da FundAction. Somos gratos aos colegas do OSIFE pela elaboração desta mensagem, que compartilha algumas ideias e nos lembra de sermos "anticorpos positivos".

Prezados membros do EDGE, prezada comunidade EDGE,

Nossa querida colega e amiga Susan Treadwell faleceu na noite de segunda-feira após uma corajosa luta de cinco anos contra o câncer. A morte de Susan é um momento triste para todos nós da Open Society Initiative for Europe (OSIFE) e para muitos de toda a nossa rede de Open Society Foundations, mas também é um momento para enaltecer suas realizações. Sabemos que nem todos vocês tiveram a oportunidade de conhecer Susan, mas acreditamos que a história de sua vida é, em muitos aspectos, relevante para a EGDE.

Nascida na Califórnia, Susan passou pela primeira vez pelas portas do antigo escritório da OSF em Budapeste em 2003. Por mais de uma década, sua paixão foram os direitos humanos, a transparência e a responsabilidade no sudeste da Europa, desde o trabalho para acabar com a impunidade dos crimes de guerra nos Bálcãs até o apoio à desinstitucionalização de pessoas com problemas de saúde mental. Em 2013, Susan tornou-se vice-diretora do OSIFE, juntando-se a Jordi Vaquer para estabelecer a base do que o OSIFE se tornou nos anos seguintes.

Susan foi a primeira a falar sobre mudança sistêmica no OSIFE. Ela também foi a primeira a perguntar ao nosso fundador sobre a necessidade de se engajar na justiça climática. Às vezes, seus esforços iam contra a corrente, mas ela sempre encontrava energia para persistir. Ela era uma lutadora apaixonada pela justiça social, não se esquivando de conversas difíceis e desconfortáveis. E, embora o câncer estivesse destruindo seu corpo, seu espírito permaneceu forte.

Susan usou o câncer como uma metáfora para o trabalho que deve ser feito para combater os sistemas financeiros que estão em frangalhos em todo o mundo. Em um painel de discussão realizado em 2017, ela disse: "o câncer, se você o decompuser em seu elemento essencial, é um crescimento descontrolado. São células que ficaram descontroladas e se recusam a morrer, e esse crescimento toma conta do organismo." Todos, em quase todos os lugares do mundo, foram afetados pelo câncer, disse ela. Da mesma forma, todos foram afetados pela complexidade opaca dos mercados financeiros globais, com um número excessivo de nossos irmãos sofrendo o impacto de sistemas financeiros descontrolados e com poucas consequências.

Uma verdadeira defensora do slogan "Nada sobre nós sem nós é para nós", Susan estimulou o lançamento do fundo participativo e da plataforma que viria a se tornar a FundAction. Susan também foi fundamental para o estabelecimento da EDGE na Europa, estando presente no início, em 2015, quando a EDGE Europe se reuniu pela primeira vez em La Bergerie. Ela sempre falava com carinho dos retiros da EDGE Europe, do espírito coletivo dos membros da EDGE que buscavam mudar um sistema de extrativismo mesmo de dentro da Casa do Mestre e, é claro, da dança - ela era a vida da festa, a primeira a chegar e a última a sair! Seu espírito de curiosidade e disposição para questionar as convenções tocou a todos nós. Mesmo lutando contra sua doença implacável, ela nunca perdeu seu otimismo ou sua determinação de tornar o mundo um lugar melhor.

Ela sempre procurou viver o lema EDGE para a filantropia: "Se você não está no limite, está ocupando espaço demais." Acredito que não poderia haver melhor maneira de honrar sua memória do que cada um de nós redobrar nossos esforços para seguir seu exemplo.

Como seus colegas do OSIFE, tivemos o privilégio de trabalhar com Susan e ver em primeira mão como ela era uma líder visionária e inclusiva. Ela nos deu muito e à luta conjunta por um mundo mais justo, e isso não será esquecido. Nossa comunidade filantrópica perdeu muito com a partida de Susan e ela fará muita falta.

Nossos pensamentos estão com a família de Susan, seu marido Matt e seus dois filhos, Damien e Griffin.

Em memória de um amigo e colega querido,

Em nome de nossa família OSIFE,

Donal, Renata, Rose e Tin